quarta-feira, 8 de junho de 2011

Trabalho feito para a disciplina de Poética da Imagem, prof. Leo Falcão.




No filme Cinco Obstruções o diretor dinamarquês Lars Von Trier desafia o seu grande ídolo Jorgen Leth a refilmar a sua obra de 1967 “The Perfect Human”. A cada obstrução Lars parece ter menos piedade e dificulta a vida de Leth, testando suas habilidades.

Uma das obstruções impostas por Lars é a total liberdade, Leth poderia refilmar seu próprio filme da maneira que bem entendesse. Quando a liberdade total nos é dada vem a dúvida “o que fazer?”, porque simplesmente você pode fazer qualquer coisa. Qualquer coisa que venha a sua mente. Como lidar com a total liberdade? Como fazer para entender a liberdade? Como entender e colocar em prática o tudo possível?

Minha intenção inicial era fotografar um balanço de parquinho, porque foi a primeira ideia que me veio quando o tema foi lançado. Passeando pelo parquinho não conseguia achar um balanço só, abandonado. Sempre tinha uma criança querendo o seu vai e vem constante e a luz, minha companheira ia se esvaindo no entardecer. Com minha câmera em punho saí então em busca de um novo objeto a ser fotografado. Encontrei um cadeado preso a uma barra de ferro. O cadeado castigado pelo tempo, enferrujado, claramente não poderia mais ser solto de maneira “natural”.

A ideia de liberdade vista num cadeado preso e castigado pelo tempo é algo a ser questionado. Como um cadeado pode representar a liberdade? O fato que o cadeado não poderá mais ser solto apenas com a sua chave foi algo que me trouxe uma total sensação de liberdade. Nada mais poderia ser preso àquele cadeado. Uma bicicleta, uma corrente, ou qualquer coisa que se quer prender. O que é mais livre do que algo que não se pode prender?

A intenção de se poder fotografar qualquer coisa com total liberdade é uma ideia ampla, é algo que confunde e nos faz pensar. A liberdade qualifica a independência do ser humano.

Minha foto, portanto representa a liberdade, porque nada mais poderá ser presa nesse cadeado, a liberdade neste caso foi imposta pelo tempo e pelo pouco cuidado, o que seria um antônimo do tema escolhido por mim. Para se adquirir a liberdade é preciso cuidado e atenção.

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